Uma poesia de Sappho

A Átis
Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas: "Mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro, Safo". "Seja feliz", eu disse,
"E lembre-se de quanto a quero. Ou já esqueceu?
 Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.
Quantas grinaldas, no seu colo, — Rosas, violetas, açafrão — Trançamos juntas!
Multiflores
Colares atei para o tenro Pescoço de Átis; os perfumes Nos cabelos, os óleos raros
Da sua pele em minha pele! [...]
 Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava A sua sede" [...}
Cai a lua, caem as plêiades e É meia-noite, o tempo passa
E eu só, aqui deitada, desejante. — Adolescência, adolescência,
 Você se vai, aonde vai? — Não volto mais para você, Para você volto mais não.

-x-

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